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Parceria com CCM garante novo impulso na Fundação Castro Alves
20/03/2009

A Fundação Castro Alves entregou a gestão da área musical ao Centro Cultura Musical (Caldinhas), recebendo em
contrapartida obras de beneficiação. A parceria, que é válida para os próximos 35 anos, é encarada como a melhor
solução para assegurar a manutenção daquela actividade da fundação.

O Centro de Cultura Musical das Caldas da Saúde assumiu a gestão do projecto musical da Fundação Castro Alves, de Bairro, com o alargamento de um protocolo que vigorava há cerca de cinco anos. Em contrapartida, o CCM vai investir na remodelação das instalações da fundação, dotando-o das condições indispensáveis para a implementação de uma escola de música.

Essa responsabilidade resulta de uma parceria entre a Inforartis-Instituto de Formação Artística do Vale do Ave, entidade proprietária do CCM, e a Fundação Castro Alves, que foi formalizada ao final da tarde da passada quinta-feira.


Para Manuel Boaventura, presidente do Conselho de Administração da Fundação Castro Alves (FCA) o objectivo passa por uma intervenção mais activa ao nível pedagógico, permitindo o desenvolvimento da actividade musical.

«Não posso afirmar se o patrono desta instituição [comendador Castro Alves] ficaria agradado com esta solução, mas tenho para mim que este protocolo serve os objectivos da instituição», afirmou Boaventura, admitindo que esta não seria o única saída. «Haveria outros caminhos, certamente, o que não sei é se haveria algum melhor, que fosse exequível», diz, indicando que com este protocolo garante-se a continuidade da vertente musical da fundação.


Aquele responsável aponta que pelos seus próprios meios a FCA não tinha capacidade para prestar um serviço educativo que proporcionasse um «acesso mais fácil e estruturado» ao ensino da música. «É essa a nossa finalidade e espero que tenha êxito», disse Manuel Boaventura, notando que o protocolo será válido por 35 anos.

«O que vamos fazer é dar coerência e unidade aquilo que está aqui a ser feito», explicou o director pedagógico do CCM. Sublinhando a obra do comendador Castro Alves, Alexandre Reis adiantou que a intervenção do CCM tem como propósito conferir uma «nova profundidade pedagógica» aquele projecto musical.

«Há 5 anos fez-se um primeiro protocolo, mas surgiram novas oportunidades para desenvolver outros projectos para a comunidade», com o alargamento da actividade de iniciação musical aos alunos do ensino básico. «O que este projecto tem de singular em relação aos outros é que aqui as crianças, além de aprenderem o que aprendem na escola, terão a possibilidade de aprofundar esses conhecimentos. Esperemos que as pessoas da região possam beneficiar dele e isto se torne num projecto mais consistente do que é a ligação à comunidade», frisou Alexandre Reis.


Para isso o edifício será objecto de remodelação, sendo que foram já apresentados os traços dessa intervenção. A proposta, apresentada pela SJGS Arquitectos, prevê numa fase inicial, a criação de salas de aula na cave e por trás do palco do auditório que será, por sua vez, transformado em anfiteatro. Está prevista ainda a remodelação da fachada e a criação de uma teia cilíndrica, em forma de chaminé, símbolo das estruturas fabris que estiveram na origem da fundação.

Alexandre Reis explicou o investimento da primeira fase ronda os 200 mil euros, sendo que esperam ter as «condições necessárias», já no próximo ano lectivo, para o fomento do ensino da música.

A segunda fase diz respeito ao arranjo exterior e à criação de uma nova fachada, que terá um painel gigante em cerâmica, produzido pelas oficinas da FCA, será da responsabilidade da fundação.

Jorge Sena, director geral do Colégio das Caldinhas, afirma que a instituição não teve qualquer receio em assumir o risco deste investimento. «Acreditamos que os objectivos são nobres. Representa para a Inforartis um risco, mas quisemos arriscar conscientemente», declarou, adiantando que este protocolo responde a uma necessidade «significativa da região, naquilo que tem de mais nobre, a educação».


Por seu lado, Leonel Rocha, vereador da Educação na Câmara de Famalicão, defende que com esta parceria é dado um «passo significativo» para «enriquecer o património da fundação, a sua actividade e dignificar o seu patrono». O vereador sublinha a dinâmica das instituições, adiantando que o protocolo dá oportunidade para que mais crianças tenham acesso à iniciação musical. «Já temos quatro agrupamentos de escolas com iniciação musical para o 3º e 4º anos e estamos certos que vamos atingir os oito. Este protocolo leva ainda a uma maior proximidade das aulas para que o que se inicia na escola possa ter continuidade», sustentou.

Paulo Cortinhas


 

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