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A jóia artística de Bairro está de parabéns
05/11/2009
Fundação Castro Alves com mais ambições
A Fundação Castro Alves atravessa uma fase de adaptação e renovação com vista à revitalização das suas valências. O protocolo com o CCM/Artave permite impulsionar o ensino da música, enquanto que a parceria com a Câmara e a candidatura à Rede Museológica nacional podem ajudar a Escola de Cerâmica e o Museu.

O 30.º aniversário da Escola de Cerâmica da Fundação Castro Alves, de Bairro, será celebrado com uma exposição, a inaugurar no dia 6 de Novembro, às 18 horas. É considerado um grande passo para a Fundação, tendo em vista a divulgação dos artistas e das peças da Escola de Cerâmica.

Será uma mostra colectiva de peças de artesãos que já passaram pela Fundação e que hoje têm uma carreira individual, associada a peças que fazem parte do espólio, por forma a fazer uma retrospectiva de 30 anos de vida artística da Fundação. O objectivo é mostrar ao público as potencialidades da Escola de Cerâmica e abrir o Museu à comunidade.
A Escola de Cerâmica foi a concretização de um sonho do fundador Castro Alves, para dar formação artística e ocupação dos tempos livres aos jovens, fossem seus trabalhadores ou habitantes da região. A música foi, até, a primeira actividade artística a ser criada para dar formação aos jovens. O comendador procurava dar às pessoas da sua terra as oportunidades que ele não tivera quando jovem.

Esta exposição poderá ser um incremento para a Escola de Cerâmica. Hoje, com 9 colaboradores, esta valência atravessa dificuldades pela escassez de vendas. Vale-se dos protocolos com museus, Câmara Municipal de Famalicão e outras instituições. Vende também em algumas lojas da especialidade, de vários pontos do país. Mas a parceria com os museus de Famalicão tem-se revelado fundamental, segundo afirma Manuela Granja, administradora da Fundação. Esta parceria permite à Escola de Cerâmica criar reproduções de objectos/peças dos museus e conceber novas peças que possam representar essas instituições. Manuela Granja entende que «esta é a linha certa» para o incremento da Escola e só espera que estas parcerias se alarguem a outros museus e instituições do país.

A administradora considera o espólio de cerâmica da fundação um jóia nacional, fruto do conhecimento e experiência dos seus artesãos. Uma dessas colaboradoras chama-se Natália Castro, tem 38 anos, e trabalha na Escola desde jovem. Primeiro começou como ocupação dos tempos livres, mas mais tarde virou profissão, até porque a alternativa era o têxtil e isso não a cativava. Trabalha na roda de oleiro, molda o barro e também pinta. Enquanto falava para o Cidade Hoje ia moldando as peças de um presépio, um dos objectos de marca da Escola, com a rapidez que só a prática confere. «É tudo feito à mão e não há um tempo certo para acabar cada peça, que parecendo igual a outras é sempre diferente», admite a artesã.


Museu é candidato à Rede Museológica Portuguesa e à Rota Nacional de Cerâmica e Vidro  

O presidente do Conselho de Administração da Fundação admite que o impulso da Escola de Cerâmica e do Museu depende do fortalecimento da parceria com a Câmara Municipal, por um lado, e pela integração do Museu na Rede Museológica Portuguesa e na Rota Nacional de Cerâmica e Vidro.

No que diz respeito à parceria com a Câmara Municipal, Manuel Boaventura, diz que a Fundação já deve muito à autarquia mas entende que o aprofundar desse relacionamento, na gestão e no apoio técnico, pode ajudar a Fundação a crescer. O responsável pela administração da Fundação acredita que, dessa forma, o Museu poderá ter outra projecção e, consequentemente, ser mais visitado.

O município ainda não respondeu ao desafio, mas a administração da Fundação acredita que a mais-valia da Escola e do Museu de Cerâmica para a população será um factor a ter em conta, nomeadamente o trabalho que é desenvolvido com as escolas, em ateliers de cerâmica.

Quanto à integração do Museu na Rede Museológica Portuguesa e na Rota Nacional de Cerâmica e Vidro depende do trabalho de preparação por parte da Fundação, ou seja, de estudar, catalogar e organizar todo o espólio. Até ao momento, o visitante do Museu não tem uma orientação que o ajude a interpretar as peças e essa será uma lacuna a preencher. A catalogação é um trabalho minucioso e que exige conhecimentos, o que obriga a que seja feito por pessoas que percebam.


in "Jornal Cidade Hoje" edição online  de  05/11/2009 
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